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Informações importantes

O que é importante saber sobre a cultura?

HONORÍFICOS ————————— ⚘

A filosofia de Confúcio chegou à Coreia (até então chamada de 조선 /Joseon/) no século XV, criando raízes tão profundas na sociedade coreana que, até hoje, vemos as influências do confucionismo nas relações sociais e no idioma coreano. Um dos princípios confucionistas mais importantes é o da hierarquia nas relações: em que uma pessoa é superior e a outra, inferior. Dentro dessa hierarquia, quem está acima deve garantir o bem-estar dos que estão abaixo e, em contrapartida, quem está abaixo deve respeitar os que estão acima, sendo o uso dos honoríficos em coreano uma forma de demonstrar tal respeito. Mas como saber quem estaria acima de você nessa hierarquia? Sem dúvidas: governantes, professores, divindades, autoridades, pessoas em cargos mais altos e progenitores são considerados merecedores dessa honra. Além disso, alguém que seja mais experiente ou mais velho também é visto como superior.

O uso dos honoríficos tem o propósito de se referir a alguém com respeito, de forma mais íntima ou formal. Devido à grande variedade de honoríficos coreanos, esses títulos são utilizados em quase todos os contextos: no trabalho, na escola (demonstrando respeito aos mais velhos, algo fundamental na cultura coreana), entre amigos e até na família. Usados principalmente para se referir ao interlocutor ou a uma terceira pessoa, os honoríficos coreanos raramente são empregados para falar de si próprio, exceto em situações muito específicas ou dramáticas. 

 

HIERARQUIA —————————— ⚘

  • Yangban (hangul: 양반; hanja: 兩班)

Os yangban eram parte da classe dominante tradicional, ou nobreza, da Coreia durante a Dinastia Joseon. Composta principalmente por funcionários públicos e oficiais militares altamente educados, a classe yangban incluía aristocratas, sejam eles proprietários de terras ou não, que exemplificavam a forma confucionista coreana de um "oficial acadêmico". Em grande parte, os yangban eram administradores do governo e burocratas responsáveis pela supervisão da burocracia agrária tradicional da Coreia medieval e do início da era moderna, até o final da dinastia em 1897. De um modo mais amplo, a família e os descendentes de um titular de cargo, bem como as famílias que reivindicavam tal descendência, eram socialmente aceitos como yangban.

Era geralmente aceito que uma família yangban que não produzisse um funcionário do governo por mais de três gerações poderia perder seu status e se tornar plebeia. Embora essa regra não tenha sido realmente aplicada, servia como uma motivação para que os yangban estudassem mais. Em teoria, qualquer pessoa de classe social, exceto servos contratados, baekjeongs (intocáveis coreanos) e filhos de concubinas, poderia prestar os exames do governo e se tornar um yangban. O status de yangban em nível provincial era, de fato, hereditário. Era costume incluir todos os descendentes dos titulares de cargos no hyangan (향안; 鄕案), um documento que listava os nomes e linhagens das famílias yangban locais. O hyangan era mantido com base na descendência sanguínea, e alguém poderia ser removido dele se membros da família se casassem com pessoas de status social inferior, como comerciantes.

  • Jungin (ou chungin; hangul: 중인; hanja: 中人)

Os jungin, ou chungin, eram a classe média alta da dinastia Joseon na sociedade coreana medieval e moderna. A palavra 'jungin' traduz-se diretamente como "pessoas do meio". Essa classe intermediária, composta por burocratas e trabalhadores altamente qualificados, possuía habilidades técnicas e administrativas que permitiam aos yangban e à família real governar as classes mais baixas. Os jungin eram a força vital da burocracia agrária coreana confucionista, da qual as classes altas dependiam para manter seu domínio sobre o povo. Durante o período Joseon, os jungin eram inferiores à aristocracia yangban, mas ocupavam um status social superior ao dos plebeus da classe média baixa e da classe trabalhadora.

Incluíam especialistas altamente qualificados empregados pelo governo, com um status comparável ao dos trabalhadores de colarinho branco modernos, como intérpretes, cientistas, engenheiros, médicos, juristas, advogados, astrônomos, contadores, calígrafos e músicos. Também compreendiam oficiais militares, famílias produtoras de especialistas técnicos, funcionários hereditários do governo (tanto da capital quanto locais) e filhos ilegítimos de aristocratas. Na vida cotidiana, os jungin ocupavam uma posição social abaixo dos yangban aristocráticos, mas superior à dos sangmin da classe média baixa e da classe trabalhadora. Seus papéis incluíam funções técnicas e administrativas menores que apoiavam a estrutura do governo.

Os jungin de mais alto escalão, como funcionários locais, ajudaram administrativamente os yangban a manter o controle sobre as classes mais baixas, especialmente sobre os sangmin. Os jungin funcionavam como a classe média e eram essencialmente pequenos burocratas, especialmente nas áreas rurais. Assim como os yangban, os jungin eram autorizados a viver na parte central da cidade, o que originou o nome 'gente do meio'. Além disso, os jungin costumavam se casar dentro de sua própria classe, assim como com membros da classe yangban.

  • Sangmin (hangul: 상민; hanja: 常民)

Os sangmin eram as pessoas comuns da era Joseon na Coreia. Um termo mais educado, mas menos preciso para os sangmin é yangmin (hangul: 양민; hanja: 良民). Os sangmin eram compostos por camponeses, trabalhadores, pescadores, alguns artesãos e comerciantes. Eles eram considerados "trabalhadores limpos", mas tinham pouco status social e geralmente eram pobres. Pagavam a maior parte dos impostos e estavam sujeitos ao alistamento militar. Suas vidas eram duras, mas eles eram a base da dinastia Joseon, assim como os jungin eram a espinha dorsal do governo. Alguns sangmin possuíam terras que cultivavam, enquanto outros arrendavam terras dos yangban. Aqueles que não cultivavam tinham um status social mais baixo. Na vida cotidiana, os sangmin eram os trabalhadores que lutavam para sobreviver, enquanto os yangban e os jungin controlavam e governavam sobre eles. Os sangmin realizavam o trabalho pesado. Durante o final do período Joseon, especialmente no século XIX, os sangmin frequentemente se rebelaram devido à opressão e corrupção dos yangban.

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EDUCAÇÃO —————————— ⚘

O ensino superior é uma questão extremamente séria na sociedade da Coreia do Sul, onde é visto como uma das pedras angulares fundamentais da vida sul-coreana. A educação é considerada uma prioridade para as famílias, pois o sucesso na educação é necessário para melhorar a posição socioeconômica de uma pessoa na sociedade. O sucesso acadêmico costuma ser motivo de orgulho para as famílias e para a sociedade sul-coreana em geral. Eles veem a educação como o principal propulsor da mobilidade social e uma porta de entrada para a classe média. A graduação em uma universidade de ponta é o marcador definitivo de prestígio, alto status socioeconômico, perspectivas promissoras de casamento e uma carreira respeitável de colarinho branco. A vida média de uma criança sul-coreana gira praticamente em torno da educação, pois a pressão para ter sucesso acadêmico está profundamente arraigada nas crianças desde tenra idade. Os estudantes enfrentam uma imensa pressão para ter sucesso acadêmico de seus pais, professores, colegas e da sociedade. Isso resulta em grande parte de uma sociedade que há muito atribui grande importância ao ensino superior, uma vez que aqueles que carecem de educação universitária formal frequentemente enfrentam preconceitos sociais e consequências significativas ao longo da vida, como um status socioeconômico estagnado e mais baixo, a diminuição das perspectivas de casamento e menos possibilidades de garantir um respeitável emprego de colarinho branco e uma carreira profissional bem-sucedida.

  • As escolas primárias (coreano: 초등 학교, chodeung hakgyo) consistem em uma a seis séries (idade de 8 a 13 anos em anos coreanos — 7 a 12 em anos ocidentais).

  • As escolas médias são chamadas de Jung hakgyo (중학교) em coreano, que literalmente significa "escola média" (idade de 14 a 16 anos em anos coreanos — 13 a 15 em anos ocidentais).

  • As escolas altas são chamadas de Godeung hakgyo (고등학교) em coreano, que significa literalmente "escola alta" (idade de 17 a 19 anos em anos coreanos — 16 a 18 em anos ocidentais).
     

O sistema de ensino superior sul-coreano segue o modelo dos Estados Unidos, com faculdades (ou seja, faculdades júnior e faculdades comunitárias) concedendo aprendizagens, licenças, citações, certificados, graus de associado ou diplomas, enquanto as universidades concedem diplomas de bacharelado, mestrado, profissional e doutorado.

TRATAMENTO/RELACIONAMENTO ENTRE HOMENS E MULHERES —————————— ⚘

É comum ver amigos do mesmo sexo sendo carinhosos, com abraços e cuidado. É uma questão cultural demonstrar afeto entre pessoas do mesmo sexo, sem preconceitos, o que nem sempre indica que as pessoas têm um relacionamento homoafetivo. O relacionamento na Coreia ainda é um grande tabu, mesmo nos dias de hoje. Os coreanos não têm costume de demonstrar afeto físico (beijos quentes, abraços e amassos) em lugares públicos, por respeito às pessoas mais velhas (pais, idosos). Costumam também usar acessórios, como roupas, anéis, calçados e colares, para demonstrar que são um casal, além de andarem de mãos dadas.

K-POP —————————— ⚘

A música pop coreana, abreviada para K-pop (Korean Pop), faz sucesso no mundo todo com seus sintetizadores eletrônicos, estética multicolorida e coreografias ousadas. O gênero é representado por boy e girl bands que lotam shows em diversos países, sendo idolatrados principalmente pelo público jovem e adolescente. Algumas das maiores bandas atuais são BTS, EXO, BLACKPINK, entre outras, que são agenciadas pela indústria do entretenimento coreana. Somente em 2017, a onda K-pop injetou US$ 70 bilhões na economia coreana.

TECNOLOGIA —————————— ⚘

Não é à toa que a Coreia é considerada a nação mais conectada do mundo, pois os computadores têm um papel central na vida dos coreanos. A maioria dos lares coreanos possui acesso à internet com a velocidade mais alta do planeta, com uma média nacional de 29 Mbps contra a média mundial de 7 Mbps. Além disso, tendências recentes como a IoT (Internet of Things), que conecta eletrônicos e eletrodomésticos do dia a dia à internet, já dominam o cotidiano dos sul-coreanos. Eles já têm refrigeradores inteligentes há muito tempo e esquentam suas refeições em micro-ondas que lêem códigos de barras para determinar a temperatura.

CINEMA E K-DRAMAS —————————— ⚘

O cinema sul-coreano continua em ascensão e é amplamente reconhecido em todo o mundo. Um marco importante foi o sucesso do filme Parasite (2019), dirigido por Bong Joon-ho, que conquistou o Oscar de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original, além de outros prêmios internacionais. O sucesso de Parasite consolidou o cinema sul-coreano no cenário global, destacando a capacidade de abordar questões sociais e de classe em formatos inovadores.

Diretores como Park Chan-wook continuam a ser referências internacionais. Seu filme Decision to Leave (2022) foi aclamado pela crítica, recebendo prêmios no Festival de Cannes e sendo uma das principais apostas da Coreia para o Oscar.

Além dos filmes, os K-dramas continuam a ganhar popularidade globalmente, com grandes produções sendo disponibilizadas em plataformas de streaming como a Netflix. Séries como Squid Game (2021) e The Glory (2023) quebraram recordes de audiência mundial e intensificaram o interesse por produções sul-coreanas. A Netflix, em particular, tem investido fortemente no setor, contribuindo para a popularização dos dramas coreanos e a exportação da cultura sul-coreana para o ocidente.

MANHWA (MANGÁ COREANO) —————————— ⚘

É difícil falar em cultura asiática sem lembrar dos tradicionais animes e mangás, que são as animações e histórias em quadrinhos do outro lado do mundo. Na Coreia do Sul, o mangá é chamado de Manhwa e, ao contrário da tradição oriental, sua leitura é feita da esquerda para a direita (modo ocidental). Há gêneros de Manhwa voltados para crianças, meninas, meninos e jovens adultos, que cada vez mais são lidos pelo celular ao invés de impressos. Já o anime sul-coreano é influenciado pelas animações japonesas e norte-americanas, tendo como título mais famoso o pinguim Pororo.

TAEKWONDO —————————— ⚘

As artes marciais coreanas (무술 – musul) são práticas e métodos de luta que tiveram origem no território da Coreia ao longo de toda a sua história. Muitas dessas artes foram usadas com fins militares e, posteriormente, também adaptadas para a população não-militar, como forma de defesa pessoal e/ou exercício físico.

O taekwondo (태권도) é um patrimônio das artes marciais na Coreia do Sul, pois foi desenvolvido como esporte de combate dos militares. A luta é marcada pelo uso das pernas para aplicar golpes rápidos e grande destreza nas mãos e punhos, com foco em autodefesa. Hoje, a luta tem grande status em competições globais, como os Jogos Olímpicos, e conta com milhares de praticantes.

Junto com o Taekwondo, temos o Hapkido como as duas lutas coreanas mais praticadas e reconhecidas atualmente.

COMIDAS TÍPICAS —————————— ⚘

A culinária da Coreia do Sul integra o ambiente natural às tradições culturais, sendo inspirada por mitos, lendas e rituais das populações agrícolas e nômades ancestrais. Os ingredientes básicos do país são o arroz, tofu, vegetais, carnes e macarrões, que são servidos em pequenas porções perfeitamente condimentadas. Confira as especialidades gastronômicas dos sul-coreanos:

  • Kimchi — O kimchi é um verdadeiro símbolo da cultura sul-coreana e também seu prato típico mais famoso. Na realidade, não se trata de um prato, e sim de uma preparação baseada na fermentação de vegetais (geralmente a acelga). No preparo, são adicionados temperos como alho, gengibre, pimenta e rabanete em uma salmoura, permitindo mais de 100 variações do kimchi. Além disso, o kimchi é consumido em praticamente todas as refeições do dia, por isso é considerado uma base da comida sul-coreana.

  • Bibimbap — O bibimbap é quase um PF (prato feito) sul-coreano, pois consiste em uma mistura de arroz e vegetais com acréscimo de ovos e carne. Na hora de comer, todos os ingredientes devem ser misturados em uma tigela de pedra aquecida.

  • Bingsu — O bingsu é uma sobremesa sul-coreana muito semelhante ao sorvete de raspadinha, com coberturas de frutas, nozes, chocolate e chá verde. O quitute é servido após o jantar e harmoniza perfeitamente com os sabores picantes da comida sul-coreana.

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